terça-feira, 14 de março de 2017

A primeira consulta com a obstetra

Pregnant Woman

Chegou na última sexta-feira o dia pelo qual estava tão ansiosa: a primeira consulta com a obstetra. Marido e eu de férias, chegamos com tranquilidade e sem correria ao consultório. Esperamos cerca de 15 minutos e a médica, quando nos chamou, se desculpou pelo atraso e disse que não é de praxe. Já gostei dela! Ao longo da consulta isso foi apenas se confirmando.

Contamos nossa história nos últimos quatro anos e ela foi nos fazendo perguntas: primeiro para mim e depois para o marido. Como a clínica já havia me passado os pedidos de exame de sangue, levei todos os resultados que havia colhido no início da semana, o que agilizou bastante. Todos os meus exames estão bons e dentro do esperado para a fase atual de gravidez (sete semanas). 

A médica explicou um pouco como funciona o pré-natal para uma gestação gemelar. Nos veremos mensalmente até a 27ª semana e, a partir da 28ª, as consultas passarão a ser quinzenais. Quando é só um bebê, as consultas tornam-se quinzenais a partir da 34ª ou 36ª semana, se não me engano. Algumas dessas consultas serão apenas com a enfermeira obstetra da equipe. Como são dois bebês, precisamos acompanhar bem de perto e monitorar riscos como pré-eclâmpsia e diabetes. 

Ela também disse que meus enjoos são normais e um bom prognóstico. E me tranquilizou ao dizer que, nessa fase, minhas trocas com os bebês ainda são muito pequenas, por isso não é grave que eu esteja me alimentando só de junk food e biscoito água e sal. Mas recomendou que eu procure uma nutricionista. Disse também que é bom eu estar de férias, pois assim posso fazer repouso, o que melhora o enjôo.

Sobre parto falamos apenas muito rapidamente. Mas um dos motivos para eu ter procurado essa médica especificamente foi saber que ela é pró parto normal. Ela confirmou o que já sabíamos: que parto normal de gêmeos é um pouco mais difícil, mas está longe de ser impossível e que podemos, sim, pensar nisso. Mesmo que não seja possível na hora H, fico satisfeita de estar sendo acompanhada por uma médica que vai tentar fazer com que o parto seja normal. O esquema de trabalho dela é bem interessante: uma equipe de sete obstetras que atuam juntas e coordenam as datas de suas pacientes, o que permite que verdadeiramente possam realizar o parto normal - caso alguma das médicas tenha um imprevisto ou uma complicação em outro parto, alguém da equipe poderá substitui-la. Inclusive conheci uma outra médica da equipe no dia da consulta e gostei muito dela também. 

Fui examinada e fisicamente está tudo bem também, minha pressão está baixa. E o melhor de tudo é que ela fez uma ultra e pudemos escutar de novo os batimentos dos corações dos nossos bebês e saber que eles estão bem crescidos. Em uma semana, saltaram de 7 mm para 1,5 cm e de 6 mm para 1,1 cm. Impressionante como a evolução é rápida. <3

A próxima ultra que preciso fazer é a da translucência nucal - aquela que mede o tamanho da nuca do bebê entre 11 e 14 semanas e detecta a presença do osso nasal, ajudando a identificar possíveis síndromes. Já está marcada para o dia 11 de abril (o plano cobre, ufa!), quando estarei com 12 semanas. Mas a médica deixou um outro pedido de ultrassom para o caso de não aguentarmos esperar até lá para ver se está tudo bem com nossos babies. Vou tentar me segurar, mas é bom ter esse pedido na manga também. 

Saímos da consulta bem seguros com a escolha de nossa médica. 

terça-feira, 7 de março de 2017

Enjoo, muito enjoo

As cólicas assustadoras já não dão mais as caras. Foram só três dias para me deixar bem apavorada, e depois se foram, dando lugar a um enjoo perene, que dura 24 horas por dia e não me abandona.

Estou me esforçando bastante para não reclamar, porque estar grávida é tudo que eu mais desejei, mas não está sendo fácil. Porque não é um enjoo matinal, sobre o qual a gente sempre escuta falar, é mesmo um enjoo que dura o dia inteirinho. E estou vomitando também. Desde ontem, duas vezes ao dia, além de eu passar diversos momentos me segurando, respirando fundo.

Com isso, como já comentei, minha alimentação está bem horrível. Mal estou conseguindo beber água - me enjoa demais - e não estou conseguindo fugir da Coca-Cola - que pra mim sempre foi remédio para enjoo/ressaca. Mas até a Coca, que me aliviava um pouco, está começando a me enjoar. Sinto vontade de comer apenas coisas salgadas e gordurosas tais como nugget do Mc Donald's (juro!), lasanha, harumaki de camarão, pizza, massa e empadões. E não consigo comer grandes quantidades, o que até que tem seu lado bom.

Comecei tomando Dramin B6, que não adiantou nada, mudei pro Plasil, que não fez nenhum efeito e há três dias estou no Vonau (#aloconfeiteira!), que traz um pouco mais de alívio, mas não faz nenhuma mágica. É um comprimido que deve ser dissolvido na ponta da língua e tem um gosto bastante horroroso, que muitas vezes só piora minha náusea.

Hoje, que foi um dia especialmente ruim, já fiquei achando que poderia estar com a tal da hiperêmese gravídica, o problema que acometeu a princesa Kate, mas meu irmão e minha prima, que são médicos, me convenceram que não tenho.

"A ocorrência de náuseas e vômitos ocasionais até cerca de 14 semanas de gestação é chamada emese gravídica, e pode ser considerada normal. Sua forma grave, a hiperêmese, ocorre em 0,3 a 2% das gestações, com vômitos persistentes que obrigam ao jejum forçado e levam à perda de peso. A maior parte das pacientes apresenta melhora a partir da segunda metade da gestação, mas em alguns casos o quadro clínico pode persistir até o parto.

DIAGNÓSTICO DA HIPERÊMESE

  • Vômitos incoercíveis antes de 20 semanas de gravidez.
  • Perda de peso corporal (4% a 10%).
  • Sinais de desidratação grave.
  • Distúrbios hidroeletrolíticos.
  • Cetose.
  • Cetonúria.
  • Alterações laboratoriais"

O que pareço ter mesmo são dois bebês se desenvolvendo bem e fazendo minhas taxas de progesterona irem nas alturas - aliado ao fato de eu ainda estar tomando complemento de progesterona três vezes ao dia!

Agradeço a sorte de estar de férias. Não consigo vislumbrar como seria trabalhar nessas condições. Não estou com vontade de fazer nada, quando vou à rua logo me sinto mal, fico com vontade somente de ficar deitada, durmo de tarde... Mas vai melhorar, eu sei que vai melhorar. Preciso apenas ter um pouco de paciência porque tudo isso vale muito a pena.

sábado, 4 de março de 2017

Tum, tum, bate coração

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Filhos, hoje eu ouvi o coração de vocês. Vocês, que estão com 6 semanas de vida e 6mm e 7mm cada um, ainda são menores que um caroço de feijão, mas já têm um coração batendo dentro de vocês, dentro de mim. Como seu pai falou, hoje eu tenho três corações. Mas acho que tenho bem mais do que isso a medir pelo amor que irradia.

Foram poucos segundos escutando o barulhinho do tum-tum-tum. Queria que o médico tivesse deixado a gente ouvir por 10 minutos. Mas o que ouvimos foi o suficiente para nos deixar aliviados - está tudo bem, vocês estão crescendo, mais do que dobraram de tamanho desde a semana passada, os batimentos estão no ritmo esperado - e nos encher de amor.

Não sei como vou sobreviver sem fazer uma ultra a cada semana, sem ouvir vocês e me certificar de que está tudo correndo bem. Se não fosse passar atestado de neurose, juro que fazia uma ultra a cada sete dias. Mas vamos tentar manter o controle.

"Oi, tum, tum, bate coração
Oi, tum, coração pode bater
Oi, tum, tum, tum, bate coração
Que eu morro de amor com muito prazer
Porque o que se leva dessa vida, coração
É o amor que a gente tem pra dar"