terça-feira, 18 de abril de 2017

Translucência nucal: um marco do primeiro trimestre (e um palpite forte sobre o sexo)

Ultrasound of a pregnant woman

Maior alegria de uma mulher grávida é dia de fazer ultrassonografia. Não sei se para todas é assim, mas, se eu pudesse, faria diariamente semanalmente. Depois de tantos anos de perrengue e dificuldade para engravidar, o que mais quero é ver meus bebês e me certificar de que está tudo bem com eles. Como contei aqui antes de abandonar o blog, tivemos a primeira consulta com a obstetra no dia 10 de março, quando estava com sete semanas. Lá, ela já me deixou o pedido para a próxima ultra que precisaria fazer, a da translucência nucal (TN), dali a um mês. Como ela já é escolada em matéria de grávida, me passou também um outro pedido caso eu "não aguentasse" esperar a TN.

Eu, que não quero ser neurótica, disse para marido que nem ia fazer essa ultra antes da TN, que ia conseguir esperar e não cairia na paranoia. Mas aí foi se aproximando a data, me dando aquela saudade de ver meus babies, a angústia de verificar se estavam crescendo, o medo de estarem sendo prejudicados pelos meus fortes enjoos, as pessoas ao redor falando para eu marcar a ultra. Então na véspera, liguei para a maternidade, achando que não conseguiria horário e, para minha sorte, tinha havido uma desistência e consegui agendar para o dia seguinte, sexta, 24/3.

Como foi no meio da tarde, marido não pôde ir, mas minha mãe me acompanhou. E que decisão mais sensata foi fazer essa ultra, gente. Qualquer preocupação com neurose ou paranoia me abandonaram quando vi meus bebês se mexendo, já com umas carinhas bem mais crescidinhas, tão, tão lindinhos.

O embrião 1 passou de 1,1 cm na 7ª semana para 2,87 cm na 9ª semana

O embrião 2, que tinha 1,5 cm na 7ª semana, estava com 3,22 cm na 9ª semana
Eles quase dobraram de tamanho da 7ª para a 9ª semana e, mais impressionante de tudo, super se mexeram, o que foi muito emocionante de ver pela primeira vez. Escutamos também os coraçõezinhos e saí de lá muito satisfeita de ter marcado o exame, me achando zero neurótica.

Passados 18 dias, finalmente chegou o dia de fazer o exame da translucência nucal. Diz aí Baby Center:

Translucência nucal é uma medida tirada no ultrassom morfológico do primeiro trimestre, um exame de rotina. Seu principal objetivo é ajudar a detectar o risco de síndrome de Down e outras anomalias cromossômicas, além de problemas cardíacos. 

O objetivo principal da translucência nucal é medir um espaço específico na nuca do bebê, entre 11 e 14 semanas de gravidez. A partir de 14 semanas, não dá mais para fazer o exame, porque o espaço deixa de ser transparente na imagem do ultrassom.

Bebês que tenham alguma anomalia tendem a acumular mais líquido nessa região da nuca, por isso uma medida acima da média normal é considerada um possível indicador de algum problema. Durante o mesmo exame, também se verifica a presença do osso nasal. A ausência desse osso pode ser mais um indicador de anormalidade.

Ainda será cedo para detectar com certeza o sexo do bebê só pela imagem, embora ultrassonografistas experientes arrisquem dar um palpite, com precisão máxima de 80%.

Por todas as razões acima, estava muito ansiosa pela realização desse exame, que havia sido agendado com mais de um mês de antecedência em função da agenda da médica. Ela faz parte da equipe da minha obstetra e eu já a havia conhecido rapidamente no consultório. Não poderia ter ficado mais feliz com a escolha da médica para a realização desse exame. Muito atenciosa e doce, explicou tudo tim-tim por tim-tim: cada medida que ia fazendo, cada marcador identificado, cada pontinho que ia aparecendo na tela. O exame durou uma hora e meia, marido nervoso porque não acabava e, depois ele me disse, com medo que aparecesse algo negativo.

Mas não apareceu. Está tudo perfeito com nossos bebês. São três marcadores principais identificados durante a ultrassonografia (que aliás já foi feita quase toda por cima da barriga!):


  • Translucência nucal: é uma espécie de transparência na nuca cuja medida acima de um determinado número pode ser indicativo de algumas síndromes. No nosso caso, o espaço transparente estava com 1,2mm em ambos os fetos, o que é considerado adequado.
  • Osso nasal: a médica logo identificou a presença do osso nasal. A ausência deste osso é que pode levar a preocupações sobre síndromes.
  • Doppler do ducto venoso: esse foi o mais difícil de identificar, pois os bebês estavam em posições não muito favoráveis, se mexendo muito (💕). Esse ducto é um vaso super pequeninho cujo fluxo sanguíneo precisa ser medido. Mas a médica conseguiu fazer a medição e está tudo dentro dos padrões esperados.
Além disso, foi possível visualizar vários aspectos da anatomia fetal, como mãos, pés, falanges dos dedos, bexiga (já com xixi!), rins, estômago, cérebro (já todo perfeito divididinho, impressionante). Tudo me impressionou e me apaixonou, especialmente ver os bebês se mexendo. Que coisa mais encantadora que é isso. Abriram e fecharam as mãos, cruzaram as pernas, colocaram as mãozinhas no rosto, viraram de costas, de frente, de lado. Muito, muito lindo e emocionante de ver.

O feto 1 está com 6,42 cm!


O feto 2 está com 6,9 cm!
Até que a médica nos perguntou se iríamos querer saber o sexo ou seria surpresa (aparentemente mais e mais casais estão optando por não saber, o que acho bem legal, mas não tenho coragem, hihi). E aí ela deu o primeiro palpite.


E depois o segundo palpite...


Duas meninas! Duas meninas! Que alegria. Sabemos que ainda não é 100% certo, mas já estamos comemorando. Se depois outra coisa se confirmar mais pra frente, tudo bem também, porque o mais importante é que nossos bebês estão saudáveis e tudo está correndo bem. 

sábado, 15 de abril de 2017

12 semanas e três dias

Um mês inteirinho sem escrever no blog. Toda vez que pensava em abrir o computador ou até mesmo em escrever no bloco de notas do celular, o mal-estar me impedia e eu preferia ficar deitada descansando. Na última quarta-feira, dia 12/4, completei 12 semanas de gestação. Pensei em recapitular semana a semana como foram meus sintomas, mas acho que nem vale a pena, porque basicamente se resumem a muito enjoo, vômitos e mal-estar.

Começaram por volta da 5ª semana. Vômitos ao menos duas vezes ao dia - alguns dias chegaram a cinco vezes - muita sensação de mal-estar e indisposição. Não tinha vontade de fazer nada, absolutamente nada, até para ficar deitada vendo televisão me sentia indisposta. Parecia que estava doente. Algumas vezes chorei por não aguentar mais estar me sentindo tão mal. Queria estar radiante, sorridente, animada, já pensando em arrumar coisinhas, pesquisando pela internet o que comprar etc. Mas a verdade é que não consegui.

Fiquei intolerante a cheiros. O cheiro da minha roupa lavada me enjoa (o que sempre adorei), o desodorante do meu marido me desespera, é impossível abrir a geladeira sem ter ânsia de vômitos - das poucas vezes que me forcei tive que correr para o banheiro -, não suporto ficar perto de coisas de papel (especialmente caixas de papelão, embalagem de papel de pão), acho horrível o aroma da comida sendo preparada pelos vizinhos (o que costumo sempre achar bom e melhor do que o da minha própria casa), tive que trocar de sabonete por um com menos perfume e também parei de usar qualquer tipo de perfume - o que para mim sempre foi equivalente a sair de casa pelada.

Perdi o ânimo de me arrumar, passar maquiagem, lavar e arrumar meu cabelo (os cremes que uso, geralmente tão cheirosos, também passaram a ficar difíceis de tolerar), até brinco eu parei de colocar (mais uma equivalência a sair sem roupa).

Tive a sorte de ficar de férias praticamente da 5ª à 10ª semana, quando, enfim, foi preciso voltar a trabalhar. Retornaria numa segunda e, já na terça, teria uma viagem a trabalho de três dias para a qual estava me sentindo super insegura. Não queria ir. Então decidi ligar na semana anterior e contar para minha chefe (que sabia por alto que eu fazia tratamento): ela não só foi muito compreensiva e carinhosa, como disse para eu não viajar e ainda ficar de casa na primeira semana. Ela diria à equipe que eu tinha feito um procedimento e precisava ficar de repouso. Assim foi feito e foi ótimo, pois passei bastante mal a semana toda, vomitando cerca de três vezes por dia.

Na semana seguinte eu voltei a trabalhar fisicamente, mas chegando um pouco mais tarde (devido ao enjoo matinal) e saindo, quando dava, um pouco mais cedo pra evitar o trânsito. No trabalho sobrevivi comendo tic-tac o dia inteiro e me alimentando a cada duas horas. Aliás, estar sempre com uma bala na boca alivia minha náusea, o que possivelmente vai me custar uma cárie, porque nunca comi tanta bala na vida. Curiosamente, não vomitei nenhuma vez lá, nem na rua ou no transporte (ainda bem!), mas cheguei em casa vomitando vários dias.

Como meu enjoo é tão forte, acho que acabou ofuscando os demais sintomas. Meus seios não estão doloridos e nem inchados, apenas coçam bastante. E já acho que estou barrigudinha, mas as pessoas no transporte público ainda não, pois ninguém me cedeu o lugar, por mais carinho que eu faça na barriga para chamar atenção.

Agora que completei 12 semanas, a indisposição e o mal-estar estão começando a melhorar. O enjoo e os vômitos continuam, mas ontem consegui até ir ao shopping comprar umas coisinhas para a casa nova. Ah sim, durante as férias nos mudamos também para um apê maiorzinho - daí minha intolerância ao cheiro de caixa de papelão, imagino - e eu não tinha conseguido arrumar nadinha...

Estou torcendo muito muito muito para que comigo aconteça como com a maioria das mulheres cujos enjoos desaparecem após as 12 semanas. Tenho medo verdadeiro de me enquadrar na minoria que passa a gravidez inteira enjoada. Mas acho que estou conseguindo melhorar. Só de ter conseguido sentar e escrever no computador já fico mais feliz.

Mas o mais importante de tudo é que os bebês estão se desenvolvendo bem, crescendo direitinho e lindinhos conforme o esperado. O próximo post será sobre o exame da translucência nucal.